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terça-feira, 23 de junho de 2015

TRATANDO POLÍTICA NO ENSINO FUNDAMENTAL - ANOS FINAIS.

Falar sobre política é necessário, apesar de poucos realmente entenderem sobre o tema. Uma maneira de introduzir o assunto na sociedade é tratá-lo desde a escola, o que não é nada simples. Muitos alunos acharão o conteúdo chato, e outros tantos podem confundir a discussão com partidarismo dos professores.


Na escola Santi, em São Paulo, o professor de História Lucas de Oliveira aproveitou o ambiente pós-eleições para promover uma reflexão sobre as virtudes e as limitações do sistema eleitoral brasileiro. O docente separou a turma de 9º ano em dois grupos, de acordo com a opinião de cada um, para um debate. A dinâmica teve rodadas de perguntas, respostas, réplicas, tréplicas e considerações finais, exatamente como o que se via na televisão durante as eleições.


Oliveira explica que a discussão não se restringiu a escolher candidatos, e sim, teve como eixo a participação política. Para isso, os alunos estudaram questões históricas, como a formação política no Brasil ao longo dos séculos. "Que caminhos o País passou para chegar até as eleições?", exemplifica. O debate foi o trabalho final, em que se tratou a forma política atual.


Enquanto os alunos do 9º ano debatiam, os de 6º, 7º e 8º puderam assistir à atividade. A concentração dos colegas mais novos surpreendeu Marina Faria, uma das debatedoras. "O debate durou uma hora, mas o pessoal não ficou dispersivo. A gente achava que eles iam acabar conversando", afirma a estudante de 14 anos. "É muito legal se ter conseguido fazer as pessoas pensarem no assunto", completa.


Nos grupos do 9º ano, apenas três de cada lado realmente falavam no debate. E Marina teve muitos motivos para ser escolhida entre os colegas para fazer parte da seleta minoria. "Não sou nem um pouco tímida", conta. Mas não foi só isso. A estudante é uma exceção entre a galera da sua idade: adora política. "Eu sempre acompanho os programas eleitorais na TV. O pessoal fica me zoando, porque ninguém mais assiste". E, sobre as eleições de 2012, Marina é firme. "Já vou poder participar e certamente vou votar daqui dois anos".


Assim como Marina, outros alunos também se esforçaram para fazer um bom trabalho. "Fizeram pesquisas, discutimos as questões a serem abordadas, reuniram-se também fora das salas de aula para formular as perguntas", orgulha-se Oliveira. "A dinâmica serviu para problematizarem mais o que são as eleições e não ficar somente no 'gosto ou não gosto' de tal candidato".


Aliás, segundo o professor de História, a maneira com que as escolas costumam tratar de política é falho, já que normalmente apenas fazem uma eleição com os alunos. "O que é uma discussão pobre", opina.


"Pouco se busca entender a estrutura da política, pouco se reflete sobre o assunto, e isso faz falta na nossa sociedade", lamenta. A questão é voltar a se refletir sobre um sistema que foi o próprio ser humano que criou. "De uma maneira geral, a política se encontra distanciada das pessoas. Então o nosso esforço foi mostrar que ela está introjetada na nossa vida", explica

Redação Terra  

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